Memória de reconhecimento ou memória de curta duração refere-se à informação que é enviada para a memória de curto prazo, na qual essa informação seria analisada e codificada. Essa aquisição depende da atenção, da percepção e da codificação do material a ser apreendido. Se esta informação não for utilizada pela pessoa após a fase de aquisição, pode ser perdida após um tempo que varia de 15 segundos a um minuto, ou ainda, algumas dessas informações podem ser transferidas para a memória de longo prazo, que é considerada um depósito permanente da informação.

O primeiro investigador experimental foi Ebbinghaus, que, em 1885, se interessou em saber qual a quantidade de informação que as pessoas poderiam se lembrar, imediatamente após a sua apresentação (Tulving & Craik, 2000). As ideias de Ebbinghaus tiveram influência, ao longo do século XX, nas pesquisas sobre a memória humana. Segundo Tulving e Craik (2000), foi a partir de Ebbinghaus que a memória começou a ser testada por lembrança, reconhecimento e reconstrução, assim como por uma variedade de medidas indiretas, sendo que os materiais utilizados para isso também eram variados, assim como também a forma de apresentação, as estratégias que os sujeitos usavam para estudá-las e as expectativas a respeito do teste. O resultado foi uma grande quantidade de informação acumulada sobre como os humanos aprendem em determinadas situações, além da formulação de muitas hipóteses para integrar as diferentes definições e propostas para entender a memória humana.

Especificamente no que se refere à memória de reconhecimento, ela diz respeito a reconhecer que um estímulo visualizado no momento não é novo, ou seja, reconhecer que o mesmo já foi visto anteriormente. O modelo que sustenta essa definição ficou conhecido como modelo de processo duplo, que supõe que a memória de reconhecimento está baseada na relembrança e na familiaridade. A relembrança seria um processo mais demorado que a familiaridade, baseado nos conceitos processados e que resulta na recuperação de detalhes contextuais. Por sua vez, a familiaridade seria um processo mais rápido e automático, baseado no processamento das informações perceptivas (Jacoby, 1991; Tulving, 1985).

Ainda se têm os testes de memória de reconhecimento de livre escolha e os testes de memória de reconhecimento de escolha forçada. Segundo Tulving (1985), em um teste de reconhecimento de livre escolha (sim-não), os itens são apresentados isoladamente com uma sequência ordenada aleatoriamente de itens antigos e novos (normalmente, mas não necessariamente, um número igual de cada) e é exigido aos sujeitos que julguem cada item como antigo (sim) ou novo (não). Em um teste de reconhecimento de escolha forçada, cada item previamente estudado (antigo) é apresentado, agrupado com um pequeno número de itens não apresentados previamente (distratores), ou itens novos, e é solicitado ao sujeito que escolha quais desses itens são antigos.

Quanto às tarefas de memória de reconhecimento visual, Nelson (1971) propôs o chamado modelo sensorial-semântico. O autor argumentou que os estímulos visuais e pictóricos apresentam três componentes principais, quais sejam, o semântico, o verbal e o fonético. Para Nelson (1971), uma tarefa que necessita de uma codificação visual de palavras e de figuras começaria pelo processamento dos aspectos físicos dos objetos. No caso desse estímulo ser uma figura, o processamento dessas características visuais permitiria o processamento das características semânticas (seu significado). Posteriormente, se poderia aceder às características fonéticas e visuais das palavras escritas que correspondessem às figuras.

Como é a apresentação de um estímulo visual-verbal?

No caso da apresentação de um estímulo visual-verbal (palavra escrita), após o processamento das características visuais, Nelson (1979) afirmou que os dois processamentos poderiam acontecer, ou seja, as características semânticas e as características fonéticas. Ressalta-se que acessar as características visuais da figura que correspondem à palavra só seria possível após o processamento semântico, ou seja, a pessoa consegue saber qual é a figura que corresponde à palavra lida, após acessar o seu significado

Quanto à forma de avaliação da memória de reconhecimento, tradicionalmente tem ocorrido por meio de estímulos verbais-visuais, palavras ou figuras. Nesse sentido, vários estudos têm procurado investigar e comparar o desempenho em testes que utilizam, ambos, modalidades de apresentação.

Uma abordagem experimental muito utilizada para a investigação da memória de curta duração consiste na utilização de tarefas de memória de reconhecimento (Yonelinas, 2002). Nesse tipo de tarefa, um conjunto de estímulos é inicialmente apresentado aos participantes da pesquisa (palavras, figuras, etc.). Após essa apresentação inicial, denominada “fase de codificação”, os mesmos estímulos são novamente apresentados entremeados de estímulos que não foram previamente apresentados.

Nesse momento, denominado “fase de teste”, os participantes identificam quais estímulos foram encontrados na fase de codificação (estímulos “antigos”) e quais estímulos estão sendo vistos pela primeira vez (estímulos “novos”). O desempenho nessa tarefa é medido por meio da quantificação de participantes que são capazes de discriminar estímulos antigos de estímulos novos. Os testes de memória de reconhecimento se diferenciam de outros tipos de testes de memória por apresentarem diretamente aos participantes da pesquisa as informações previamente codificadas. Em outro tipo de teste de memória, denominado teste de recordar livre, é requerido aos participantes que evoquem os estímulos previamente codificados sem a reapresentação deles e sem nenhum tipo de pista que possa auxiliar nessa evocação. Os participantes são instruídos a simplesmente lembrar o máximo possível de itens codificados.

Qual o Teste de Memória de Reconhecimento é o melhor?

As análises realizadas em pesquisas atuais mostraram-se satisfatórias, tanto no que se refere ao construto teórico da memória de reconhecimento quanto aos padrões estabelecidos pela Psicometria. Dessa forma, os resultados verificados no TEM-R indicaram que o teste representa uma medida válida.

Nesse sentido, o TEM-R pode ser considerado um instrumento adequado para a avaliação da memória de reconhecimento em diferentes contextos, como ser na organização, no trânsito ou no processo ensino-aprendizagem.

Em termos práticos o Teste de Memória de Reconhecimento pode ser aplicado tanto de modo individual como coletivo, utilizando cartões de exemplo ou então em aplicações digitais. O público-alvo é de jovens e adultos na faixa etária que varia entre 17 e 87 anos. O TEM-R possui tempo determinado, sendo que todo o processo de explicação e aplicação do teste não pode ultrapassar 10 minutos.

O TEM-R-2 trata-se de uma versão melhorada e ampliada do TEM-R. O novo manual possui estudos de validade e precisão atualizados, bem como novas normas que contemplam dados de mais de 28 mil pessoas. Possuem tabelas normativas por faixa etária, por escolaridade abrangentes para as cinco regiões, para os 26 estados brasileiros e Distrito Federal, e para porte de armas. Dessa maneira, você terá condições de fazer sua avaliação com base em uma pesquisa mais atual, e que utiliza parâmetros mais específicos de comparação entre os resultados dos indivíduos.

Outro detalhe importante é que o teste de Memória de Reconhecimento deve ter o cuidado de ser aplicado e analisado por um profissional da psicologia. (Lei nº 4119/62)

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